Acolhimento abrangente e individualizado ao paciente com dor, integrando conhecimento médico moderno com técnicas tradicionais.

Meu principal foco é tratar pacientes com dores relacionadas aos músculos, tendões, ossos e articulações, embora as técnicas que utilizo sejam úteis para tratar numerosos outros tipos de queixa. Nossos pacientes geralmente nos procuram com diagnósticos como tendinite,dores em articulações como ombro, joelho, quadril, tornozelo, punho, dores vertebrais (coluna cervical, dorsal, lombar), ciática ou dores generalizadas (em todo o corpo), fibromialgia.

Seguramente não sou contra cirurgias, pois em muitos casos ela é a melhor solução para o paciente. Porém acredito também que em muitos casos há possibilidade de tratar e pelo menos postergar a necessidade do procedimento cirúrgico. Assim, uma pessoa com hérnia de disco pode ser tratada sem necessariamente precisar de cirurgia; o mesmo ocorre com doenças do ombro, túnel do carpo e artroses. Em pacientes já operados, muitas vezes restam dores residuais de difícil tratamento, que não são necessariamente relacionadas com algum defeito da técnica ou insucesso da operação. Nesses casos podemos buscar resolver as dores e ajudar na reabilitação do paciente.

Em meu consultório não atuo no tratamento traumatológico, isto é, não tenho equipamentos nem material adequado para tratar casos de trauma. Porém, mesmo ainda na fase aguda, as técnicas que utilizo podem colaborar para a recuperação após certos traumatismos, assim como obter melhora mais rápida de lesões adquiridas no esporte, por exemplo, após contusões e entorses.

Tudo começa com uma consulta médica detalhada e exame médico minucioso para avaliar as alterações no local da queixa e identificar a real causa da dor. Na maioria dos casos, ela está em um local à distância, decorrente de problemas antigos que causaram desequilíbrios musculares e transtornos da postura, sobrecarregando as estruturas no local da dor atual. Logo a seguir ao exame físico, inicia-se o tratamento pela identificação dos locais a tratar e a aplicação de estímulos elétricos indolores para correção das disfunções musculares. Em alguns locais utilizam-se eletrodos na superfície da pele, mas em locais mais profundos é necessária a colocação de uma agulha na qual se aplicam os estímulos. Em geral já na primeira sessão se obtém um alívio considerável, em alguns casos até completo, que na maioria das vezes perdura por alguns dias, mas dependerá de novas sessões até que se torne um alívio duradouro. Cada sessão subsequente compreende uma reavaliação dos resultados conseguidos na sessão prévia e aplicação de novos estímulos em busca da normalização da função.

Quando se atende a um paciente com dor em uma determinada articulação ou região, o usual é realizar o exame físico e pedir exames (como radiografia, ultrassom, ressonância etc.) apenas com vistas ao local da queixa.

Nosso corpo, porém, é uma unidade coesa e nem sempre dor e danos estruturais observáveis aos exames tem sua origem exclusivamente local. Elas são, geralmente, consequência de lesões antigas em locais à distância, que com o passar do tempo causaram prejuízo da função (disfunção). Então, a disfunção local é em geral resultado de disfunções em outros locais do corpo. Problemas posturais, às vezes presentes desde a infância, ou modificações posturais imperceptíveis em resposta a disfunções resultantes de lesões antigas, propagam-se e sutilmente alteram a dinâmica estrutural em diferentes locais, até que eventualmente se manifestam como dor em algum local. Assim, a disfunção original à distância pode provocar uma reação em cadeia que anos depois veio a se manifestar em lesão e disfunção em estruturas mais delicadas. Embora à primeira vista pareçam não ter conexão, precisamos nos lembrar de que a distribuição de forças em nosso corpo nem sempre é óbvia. O tratamento com técnicas neuromodulatórias visa, portanto, diagnosticar e corrigir as disfunções locais e à distância para restaurar um equilíbrio sadio entre as estruturas do nosso corpo.

Este tipo de abordagem consome muito tempo, tanto para a avaliação quanto para aplicação do tratamento. Infelizmente a remuneração oferecida pelos planos de saúde não é compatível com o tempo necessário; assim, lamentamos, mas não atendemos por planos de saúde.

Contudo, muitos planos oferecem a possibilidade de reembolso dos valores gastos em tratamentos por médicos não credenciados. Caso seja este seu caso, relatório e comprovantes de pagamento são em geral os documentos necessários para solicitação do reembolso, os quais forneceremos.

Vamos supor que você resolveu aprender a tocar violão. No começo é muito difícil, não é? As mãos não obedecem, a mente não sabe bem o que fazer. Mas se você insistir em treina, aprende; isto acontece porque seu sistema nervoso se adapta e desenvolve novas conexões que vão tornar tocar violão algo fácil e natural. E quanto mais treinar, mais o cérebro se adaptará. Isto é um fenômeno chamado de neuroplasticidade.

Este mesmo fenômeno acontece quando alguém perde funções, como após um traumatismo de crânio ou um acidente vascular cerebral, ou mesmo para suprir perdas de partes do corpo, como um dedo. Outros neurônios assumem a função dos que foram destruídos, ou passam a reforçar os neurônios dos segmentos corporais restantes para suprir a função perdida.

Certas lesões - que podem ter origem no início da vida - podem não causar um incômodo perceptível, porque nosso corpo e cérebro criam adaptações para absorvê-las. Porém, elas não acontecem sem um custo para a saúde, já que progressivamente para estas adaptações se ampliam a outras áreas do corpo, que por sua vez também se adaptam. Isto ocorre gradativamente por todo o corpo. Enquanto isto, o cérebro assimila essas adaptações como “normais” através de uma neuroplasticidade que é chamada de mal adaptativa.

Por exemplo, imagine um paciente com dor no ombro; se for realizado algum exame (como ultrassom, ou ressonância nuclear magnética), muito provavelmente serão encontradas lesões. Mas, elas são a real causa das queixas? Muito provavelmente, distúrbios da função do ombro que levaram a articulação a funcionar com mais esforço, levaram a estas lesões. Mas e a disfunção do ombro? Ela decorre de uma neuroplasticidade mal adaptativa, provavelmente desencadeada por problemas à distância no espaço e no tempo, cujas adaptações gradativamente atingiram outras áreas até provocar a lesão atual.

A neuromodulação periférica busca considerar o paciente como um todo para identificar e tratar as causas desde a origem, assim como tratar de corrigir os transtornos que atualmente acarretam esforço inadequado à articulação em questão.